Em meio ao cenário preocupante da dengue em Porto Alegre, o município dá um passo inédito no enfrentamento da doença: será a primeira cidade do Rio Grande do Sul a utilizar o hemoglobinômetro como ferramenta de triagem rápida para casos graves. A Capital contabiliza mais de 5,2 mil casos confirmados em 2025 e permanece em situação de emergência em saúde pública.
O novo equipamento começará a ser utilizado neste sábado, 26, na Unidade de Saúde Passo das Pedras 1 (avenida Gomes de Carvalho, 510), que estará excepcionalmente aberta das 9h às 14h para atendimento de pacientes com sintomas de dengue. A iniciativa faz parte da estratégia da Secretaria Municipal de Saúde para agilizar a identificação de casos que necessitam de atendimento prioritário.
O hemoglobinômetro é um dispositivo portátil que, de forma instantânea, mede os índices de hemoglobina e hematócrito no sangue, parâmetros essenciais para identificar precocemente pacientes com risco de complicações. “Com essa tecnologia, conseguimos acelerar o diagnóstico de quadros mais graves, garantindo intervenções rápidas e precisas, o que pode fazer toda a diferença na evolução clínica do paciente”, explica o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter.
Além da Unidade de Saúde Passo das Pedras 1, nos próximos dias o hemoglobinômetro será implantado em outros cinco locais estratégicos: Unidade de Saúde Primeiro de Maio, Unidade de Saúde Camaquã, Centro de Saúde Modelo, tenda de hidratação no Stock Center (avenida Manoel Elias) e Unidade de Saúde Morro Santana.
Em conjunto com o novo equipamento, também estará disponível o teste rápido para o antígeno NS1, que auxilia na detecção precoce da infecção pelo vírus da dengue, reforçando a capacidade de resposta do sistema municipal de saúde.
A utilização de tecnologias inovadoras é uma resposta ao crescimento exponencial dos casos na Capital, que enfrenta circulação simultânea dos sorotipos DENV-1, DENV-2 e DENV-3, aumentando o risco de formas graves da doença. Os bairros mais afetados são Passo das Pedras, Jardim Itu, Jardim Floresta, Jardim Sabará e Morro Santana.
O secretário Fernando Ritter reforça que, além dos investimentos em novos equipamentos e mutirões de combate ao mosquito, é fundamental o apoio da população. “Cada ação conta, desde permitir a entrada dos agentes de saúde para vistorias até eliminar qualquer água parada em casa. Essa é uma luta coletiva”, destaca.
O combate à dengue em Porto Alegre também conta com mutirões de limpeza, aplicação de inseticida em áreas estratégicas e instalação de tendas de hidratação para atendimento rápido de pacientes.