Nos anos 1920, o Guaíba não era apenas um cartão-postal de Porto Alegre, mas também um local de prática esportiva. Em frente ao Mercado Público, partidas de polo aquático reuniram atletas e espectadores que ocupavam os degraus da doca como arquibancada. O Museu do Grêmio Náutico União (GNU) tem uma fotografia de 1927 que comprova esse fato.
O polo aquático começou a ser praticado no Grêmio Náutico União em 1920, ainda sob o nome original em inglês: “water polo”. Como os clubes ainda não possuíam piscinas, o rio também era utilizado para natação e saltos ornamentais, com a construção de caixas de madeira que funcionavam como tanques de segurança. Apesar do entusiasmo dos esportistas, a poluição já preocupava naquela época, com o lançamento de esgoto sem tratamento no Guaíba.
A popularidade do esporte levou o GNU a conquistar 11 títulos estaduais entre 1930 e 1943. Entretanto, com o aterro do Guaíba para a ampliação do Cais Mauá no final dos anos 1920, a cidade passou por mudanças urbanas significativas, incluindo a construção da Avenida Júlio de Castilhos. Esse cenário impulsionou os clubes a investirem em piscinas próprias, como fez o Clube Excursionista e Sportivo em 1931.
O Grêmio Náutico União, fundado em 1906 por um grupo de jovens apaixonados pelo remo, foi um dos protagonistas dessa fase esportiva no Guaíba. Com o passar dos anos, as competições e os treinamentos migraram para ambientes controlados, deixando para trás a memória de um tempo em que o rio era parte fundamental da vida esportiva da capital gaúcha.