O interrogatório de Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, a mãe do menino Miguel, trouxe detalhes sobre a morte do garoto, a relação ruim da madrasta com a criança e o descarte dos vestígios do crime. Miguel foi assassinado aos sete anos no ano 2021 e seu corpo nunca foi localizado. A ré decidiu apenas se focar em responder as perguntas da defesa
 “Nada minimiza a minha dor. Eu fui mãe do Miguel até conhecer a Bruna, depois eu fui só uma genitora. Eu mereço ser condenada”, afirmou Yasmin.
Durante o relato, a madrasta , Bruna, não ficou no tribunal acompanhando o depoimento e   falou sobre o pai da criança que não teria conhecido o filho, além da sua relação com a própria família.

Depois da briga, Yasmin conta que elas reataram., ignorou tudo e foi ficando, deixando Miguel com sua minha mãe no final de 2020.
“Eu morava na Restinga, em Porto Alegre, com ela (Bruna) e o irmão dela. Eu queria fugir de lá. Mas mais uma vez eu acreditei que eu poderia ter uma família. E foi isso que me convenceu a ficar”, apontou.
Em um momento do depoimento, Yasmin chorou ao falar da família e da sua relação com Bruna, afirmando que ocorria muitas brigas, mas muitos carinhos tambem,  sendo aceita do jeito que ela era . Momentos depois comentou sobre confrontos por questões financeiras.

 
“Mas depois ela voltou falando que minha família não ia me querer e mais uma vez eu voltei e fiquei com ela”, completou. Ela conta que Miguel voltou a morar com elas em fevereiro de 2021.

 

“Com a chegada do Miguel, a minha relação com ela ficou tranquila. Mas no final de março eu tentei me matar, pois eu não tinha família. Eu não tinha nada. Era briga atrás de briga. Meu filho não tinha porque passar por aquilo”, relatou emocionada.
 
 “Mas mais uma vez eu fiquei, pois ela usou o fato de eu ser rejeitada e dela ter cuidado de mim. Ela disse que ficou com muito medo de me perder”, citou.
 

Após, ela explicou que mentiu ao contar para um amigo que tentava sair de Porto Alegre por causa de um tiroteio e, por isso, queria morar no litoral.

 
“Quando eu tive oportunidade, eu falei que não ia ficar mais lá. E aí ela veio junto, como cuidadora do Miguel e minha cuidadora”, explicou.

Yasmin relatou também que, depois de um tempo, conseguiu um emprego em um restaurante e que passava o dia fora. “Mas de maio para frente, eu só consegui trabalhar como faxineira. Eu saía cedo e voltava no final da tarde”, lembrou. “Sempre tinha reclamação. Ela falava que o Miguel não sabia fazer tema da escola, que não era dedicado. Eu não quero tirar minha culpa, mas não era fácil lidar com tudo isso o dia inteiro”, afirmou.
“Em Porto Alegre, Bruna precisou de acompanhamento psicológico para se desvencilhar do abuso de medicamentos. E uma médica disse que talvez ela pudesse ser autista. E por isso eu sempre cuidei dela”, relatou. Yasmin ainda afirmou que Bruna tinha diversas personalidades, e identificava as diferenças pelo tom de voz da ex companheira.

e muita emoção, Yasmin deu detalhes da morte do filho.
 “Eu fiquei fora por no máximo 1h. Quando voltei, vi a Bruna sentada embaixo da mesa, em posição fetal. Quando eu vi aquilo, fui correndo atrás do Miguel. Ele estava todo roxo. Eu perguntei o que tinha acontecido e ela simplesmente disse que ele estava morto. Como é que eu iria para algum lugar e dizer que eu dei remédio e ele morreu? Ela veio com a mala e disse que a gente tinha que fazer alguma coisa. Eu coloquei ele lá e levei até o rio”, contou.
Ela confirmou que ela foi a responsável por colocar o filho dentro da mala e carregá-la durante todo o trajeto até o rio Tramandaí.

“Naquele momento, o meu filho estava morto. Aquela mala era o caixão dele e eu não podia deixar ninguém mais carregar, pois a culpa era minha. O filho era meu”, completou.